quarta-feira, 24 de agosto de 2011

As "compras"…

A Paula costuma dizer que, num dia de Fevereiro, saiu de casa para dar umas voltas e comprou um apartamento e um carro. Nós não conseguimos chegar a este nível, mas também comprámos quase sem querer…
Em Julho, num Domingo de manhã, na saída da missa, aparece-nos ao portão um senhor (o sr Manuel …mais um…), perguntando se não estávamos interessados em comprar o terreno por detrás da nossa casa, que não vendia caro, que nos dava jeito… A principio não me mostrei muito interessada, até porque o terreno é inclinado e está cheio de mato, o que vai dar bastante trabalho a tratar, e o dinheiro não estica. No entanto, o Carlos perguntou-lhe pelo preço, área do terreno e condições de venda… Ficámos de pensar no assunto.

Não me estava a convir muito empatar dinheiro, porque as despesas são bastas, mas o Carlos lá me deu a volta, com a conversa de que ficávamos com terreno que a casa não tem, que já podíamos pensar noutras coisas para a zona do quintal, etc… Pronto, comprámos 1250 metros quadrados de trabalhos forçados…
A escritura foi feita no dia 12 de Agosto, não sem antes termos alguns percalços na porcaria da papelada, e agora é só começar a trabalhar (Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! )…


Neste Domingo, após o forte almoço (espécie de cozido…) fomos dar uma voltinha e “comprámos” um fecho em ferro,  que estava numa porta abandonada: vai servir de ferrolho para o portão da sala. À tarde, farejámos a arrecadação da D. Domingas e “comprámos” dobradiças em ferro, umas grandes outras mais pequenas. As grandes são para o portão da sala, as outras logo se vê…


Quando no inicio de Julho fomos à Figueira da Foz, encontrámos na feira de velharias um par de aldrabas baratíssimo que ficava perfeito no portão da sala e um fecho em ferro que decidimos também pôr no dito portão. As aldrabas só precisavam de ser limpas da ferrugem, mas o fecho… Estava completamente calcinado, o ferrolho não corria, tinha tinta e outras matérias (?) agarradas. O Carlos com a sua paciência e a ajuda de um spray miraculoso, conseguiu pô-lo a trabalhar. Mas as mãos dele… Nossa Senhora…


Precisamos agora de “comprar” um tronco para fazer o suporte da chaminé do forno…

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Mais ofertas…

Quem mora numa aldeia, onde ainda se pratica agricultura para consumo caseiro, está sempre a ser surpreendido…
As nossas vizinhas têm-nos presenteado com o que cultivam, desde legumes a fruta. Desta vez, foi frutinha, pêssegos, figos, peras e uvas. Olhem que belos…

Como não sou muito amante de peras e para não se estragarem, vou experimentar fazer uma espécie de “peras bêbadas” no microondas. Tirei a receita da Net e espero que resulte bem:
                                                                                                        
1 kg de pêra                                                          1 copo(s) de vinho tinto   
 1 copo(s) de açúcar                                             quanto baste de cravo-da-índia
 1 copo(s) de água                                                quanto baste de canela em pau          
                                                                           
Descasque as peras e coloque em um recipiente com água e limão por 5 minutos.
Leve ao micro-ondas primeiro a água, o açúcar, o vinho a canela e o cravo da índia, deixe que ferva por 3 minutos, acrescente as peras e torne a cozinhar aproximadamente por 6 minutos na potência alta.

Como ainda não estávamos cheios de figos, ontem decidimos ir “roubar” alguns numa figueira que pende para um caminho e que por acaso está num terreno da D. Olinda e do sr Manel, mas a colheita foi fraca. Para além de ser de difícil acesso, tinha poucos figos maduros, porque é daquelas árvores cujos frutos vão ficar bons mais tarde, para se fazerem figos secos (que eu odeio…). No caminho, apanhámos algumas amoras nas silvas, as possíveis, porque já passou a melhor altura para as colher.

Para o ano temos que nos lembrar mais cedo…         

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Grão a Grão…

Lá diz o ditado: “grão a grão, enche a galinha o papo…” . Neste momento é o que sentimos por um lado, porque á medida que vamos concretizando tarefas, a recuperação da sala vai somando etapas cumpridas, mas por outro, estamos na fase do “só”: “só falta isto, só falta aquilo”…
Nem quero falar do telhado, porque já enjoa: o S. Pedro definitivamente não está do nosso lado… Como no feriado de 15 de Agosto conseguimos acabar de telhar, faltando acabar os remates laterais e o beirado na parte mais alta, o que envolve fazer cimento e acartá-lo lá para cima, decidimos que seria uma tarefa de fim de semana, porque estamos os dois. No entanto, sempre que chega o fim de semana, chove. Assim não dá! Mais uma vez, ficou adiado o trabalho no telhado.
Virámo-nos então para o chão da sala. O chão tem 3 desníveis, um que o Carlos já fez com pedra e lajes e outros dois que são para forrar com tijoleira rústica. Como já tínhamos comprado tijoleira, no Sábado à tarde iniciámos a colocação. É muito mais fácil fazer com cimento do que com aquela massa toda xpto, que custa o olhos da cara. O único senão foi que acabámos com a areia que existia e, para os remates finais e juntas, tivemos que ir roubar a dita ao vizinho… Ficámos estoirados, mas valeu a pena: para nós, que gostamos muito de coisas rústicas, está lindíssimo e exactamente como imaginavamos. O contraste entre a pedra da parede, os degraus e a madeira é fenomenal.  Agora que “só” (lá está…) falta tratar e encerar, até consigo "ver" a decoração que pensei lá pôr…

Durante a semana o Carlos foi fazendo alguns “sós” … A alegria dele quando me ligou a dizer: “Meninha, temos luz na sala!”. Com a ajuda do Francisco, passou os cabos eléctricos dentro dos tubos, aplicou as tomadas e os interruptores e … FEZ-SE LUZ! O nicho, que inicialmente era para ser uma porta mas que correu mal, tem um foco que o embeleza imenso. Agora “só” falta pôr os candeeiros  e os projectores…
Na mezaninne o chão está concluído. Quais são os “sós” que faltam? “Só” falta acabar a parte eléctrica, “só”  falta dar o produto da bicheza na madeira do tecto e no chão (já iniciei a aplicação mas ia morrendo, porque, ignorando os avisos do Carlos, não pus mascara, esqueci de abrir a janela e inspirei os vapores…), “só” falta envernizar as pedras, “só” falta envernizar as madeiras, “só” falta pintar… Ele é muito “só” junto…
No meio deste pó de cimento, pedras e tijolos, areia e afins, apanhei um valente susto, porque um camião de cimento (é sina…) veio contra o meu carro. Diz o condutor que ficou sem travões. Resultado: o Polo tem a lateral do lado do condutor bastante maltratada. Pelo estrondo que ouvi  no embate, pensei que fosse pior, mas do susto ninguém me livra. CHIÇA! Pensei que ir virar estátua de cimento… Por outro lado, tornei-me a estrela da terra naquele dia: veio tudo às janelas, portas e postigos e claro vieram também os que gostam de tirar as medidas e dar opinião… Agora brinco, mas quando saí do carro e durante bastante tempo, tremia que nem “varas verdes”.
E como se dizia em Almeirim:  “vamos lá ao resto, oh gulosos…” 
É o que vamos fazer…

Beijos
Mena e Carlos

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A “Saga” continua…

Há alturas em que penso que existe algo/alguém a dificultar-nos a vida…
Tínhamos pensado que este fim de semana que passou, conseguiríamos acabar o malvado telhado: PURO ENGANO! Até o S. Pedro se virou contra nós… No Sábado, quase não conseguimos fazer nada porque choveu durante o dia,  só nos permitindo trabalhar nos intervalos dos chuveiros que caíram, até que nos fartámos de subir e descer com as máquinas às costas e desistimos. Fomos continuar a tratar da substituição do chão da mezaninne…

Foi realmente uma boa opção substituir aquele chão: as tábuas antigas estão miseráveis, estavam podres (ai,ai, malvado bicho da madeira…)tinham intervalos de quase 0,5 cm entre elas e como eram tábuas normais e não “corridas”, não tinham encaixes.  Resultado: em cima dos barrotes de suporte, entre duas tábuas o lixo, era mais que muito… Como eu lhe chamo, lixo centenário ou pré histórico. Nem a lavagem que antes tínhamos feito com a máquina de pressão o conseguiu retirar e ainda o empastou.
Par a o Carlos tem sido uma suadeira danada, porque as tábuas não saiem com facilidade porque os pregos que as seguram estão tão ferrugentos, que nem o pé de cabra os arranca: na maior parte das vezes perdem a cabeça e só há uma solução, parti-los. Mas é um gozo danado olhar para o que está feito, dá uma claridade enorme e evidencia ainda mais os barrotes.  E com um valor acrescido: temos lenha para o Inverno!
No Domingo lá regressámos ao nosso querido telhado, apanhámos um dia de imenso calor, mas foi produtivo: conseguimos telhar, deve faltar  aí 1/3 para chegar ao fim. Está mais direitinho do que o anterior, que havia sido feito por “profissionais”…

Também a porta da cozinha já está quase pronta para os acabamentos:  durante a passada semana, o Carlos foi-lhe tirando os “pontos negros”, melhor dizendo os pontos verdes. Traduzindo: como a porta estava pintada com a bela tinta castanha cor de caca de um lado e do outro de verde escuro, sendo que, deste lado, com muitos buracos (alguns quase crateras…) do bicho madeireiro, a tinta verde enfiou-se neles e tem sido uma martírio retirá-la: ele é decapante, ele é raspadeiras, máquina de ar quente, formões de vários tamanhos, escovas manuais e para o berbequim, estilete, enfim, tudo vale. No fim de estar mais ou menos limpa, levou um banho de soda cáustica que lixou a bicheza e aclarou as partes ainda esverdeadas.  Mas está linda… Agora só falta usar massa para tapar os “buraquitos” maiores e a seguir, lixar, tapa poros e acabamento final. Do lado da cozinha, o Carlos até diz que parece a porta de um castelo, pois tem três dobradiças enormes em ferro que agora se vêem na perfeição.




Para a semana há mais…
Beijos
Mena e Carlos

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Saga do Telhado

Acabadinha de regressar de “férias” , queria partilhar convosco o que foi este tempo desde a última vez que aqui escrevi.
Costuma dizer-se  que recuperar é pior do que fazer de novo e realmente confirma-se (mas também dá um gozo danado!). Quando se está a fazer de novo, temos o espaço físico todo livre, quando estamos a recuperar, temos que encaixar as nossas ideias e os materiais naquilo que existe. E aí começou o nosso problema…
Estou a falar de recuperar /arranjar o telhado da adega/futura sala: tínhamos estimado que os 15 dias das minhas férias seriam utilizados para essa árdua tarefa e, ingenuamente, eu pensava que nos dois primeiros dias de férias a coisa estava resolvida e os restantes dias seriam utilizados no que ainda falta fazer. Que enganada estava: hoje, e após 2 semanas e um dia de férias gastas, sem pôr um pezinho na praia que fica logo ali, o raio do telhado ainda não está pronto! Chiça, que trabalho difícil e moroso. Houve dias em que, entre o calor, o transportar telhas de um lado para o outro e o joelho do Carlos, só me apetecia partir tudo…

Começa pelo espaço livre: estamos a falar de 60m2 de telhado que tivemos que destelhar e manter em cima da estrutura do telhado. Aquilo é que foi andar com as telhas de um lado para o outro; todos os dias tinha dores na coluna à conta de passear as telhas… Com o esforço, o Carlos conseguiu pôr outra vez o joelho todo inchado, o que foi impeditivo de estar a 100%. Como as dores eram muitas, tinha que fazer paragens várias, aproveitando a hora de mais calor para pôr a perninha em descanso (e dar uns roncos também…). Apesar de, meteorologicamente falando, o Verão não estar a ser o que se esperava, para andar em cima do telhado esteve um calor desgraçado… Posso dizer que à conta disso, e evitando as horas de maior calor, ganhámos um belo bronze: eu  tenho uns maravilhosos calções desenhados nas pernas e o Carlos exibe um bonito “bronzeado à pedreiro “, Eh! Eh! Eh!


Mas, apesar de tudo, julgo que vai ficar muito bom. Nota-se bem a diferença  de temperatura, principalmente na mezaninne, que é a zona mais perto do telhado: o facto de levar forro de madeira, isolamento de roofmate, ondoline e telha, faz toda a diferença. Gastámos quase 35l de produto de tratamento contra para a bicheza da madeira  e ainda falta tratar por dentro, as madres e os barrotes, o que quer dizer que ainda temos muito que gastar em xilophene/cuprinol/etc.






Só que ainda faltam os remates de cimento, as ripas, reparar as caleiras, as telhas... SOCORRO!!!!
Nos tempos “mortos” fomos fazendo outras coisas, nomeadamente tratar a porta da cozinha que infelizmente estava pintada com uma tinta castanha cor de cocó, como diz a Inês (e que infelizmente se repete por vários outros pontos da casa no que toca a madeiras…), mas que por baixo da camada de tinta exibe uma bela madeira com uns lindíssimos nós e que no fim vai ficar lindíssima.



Já começámos também  a substituir o chão da mezaninne… Arrancar o que lá está é que não é fácil… Se não fosse o pé de cabra que o Carlos comprou, a tarefa ia ser ainda mais complicada. Mas os poucos m2 que já colocámos, mostram que foi uma boa opção substituir o chão, porque quando arrancámos as tábuas velhas, verificámos que estavam todas podres, para além de que o chão fica uniforme. Estou deserta de o ver todo colocado…Sim, porque temos muita coisa que pintar e só o vamos fazer após o chão todo posto.

Por falar em pinturas, fiquei  fã da pistola de pintar… O Carlos tinha-me falado insistentemente neste apetrecho mas eu mostrei sempre alguma reserva… Depois de experimentar, não quero outra coisa: aquilo é que foi pistolar em grande. Se vissem a minha figura sentada nas telhas a pintar as paredes; lembrei-me logo da Maria do Carmo a chamar-me de” Gabriela” … Mas na realidade é uma ferramenta que facilita imenso, poupa tempo e tinta. Estou deserta de a usar na frente da casa…



Sou  fascinada em flores em vasos ou canteiros e já comecei a coleccionar, como é meu hábito… Qual não foi o meu espanto, quando fui regar um “brinco de princesa” ,que comprei na feira de S. Pedro em Sintra, e vejo uma rã a “dormir” tranquilamente dentro do vaso à sombra da dita flor… Mais um animal para o jardim zoológico lá de casa…



No passado fim de semana tive os meus meninos,  a Belinha, a Paula e o Kiko a almoçar lá em casa, éramos onze. Como diz um autor de que gosto, “Um almoço nunca é de borla…”, pedi-lhes para trazer a arca enorme (tão grande que me consigo enfiar lá dentro e ainda sobra espaço…) do 1º andar para o rc. Foi uma cegada… Entre puxa daqui, empurra dali, isto não cabe, dá cá a corda, olha o degrau, lá veio a dita definitivamente para a sala, porque, como lhes dizia eu, seguramente a casa não tinha sido feito à volta da arca. Agora “só” falta tratar dela e pô-la bonita… É mais uma tarefa das horas vagas (quais?)…



Agora que já lá moramos, já não fazemos biscates de fim de semana, a coisa transformou-se em “biscatagem  diária”…
Assim sendo, o melhor é ir fazer alguma coisinha…
Beijos
Mena e Carlos