HURRA! TEMOS TELHADO!

É verdade, hoje dia 29 de Maio colocou-se a 4ª água! Bom, ainda falta o beirado, mas pelo menos já não chove dentro de casa…

Sim, porque o S. Pedro tem sido muito nosso amigo. De segunda para terça feira, tivemos que deixar outra vez o plástico na parte que faltava telhar. E ainda bem que o fizemos, porque choveu durante a noite. Agora está a chover, mas é sem perigo, chuva de molha tolos…

Por causa do tempo, parecemos uns tontinhos todos os dias a ver os sites do tempo. Todas as manhãs, o Norberto, vai ver as previsões para o dia no site dos surfistas, ao fim do dia vemos nós para certificar se as condições se alteraram… Mas já está quase…

Por causa do beirado lateral, já tivemos problemas com a vizinha que mais frequentava a nossa casa. Embirrou que antes a casa não tinha beirado para o lado dela e que agora ia cair muita água… Mas tinha, embora não tão largo quanto está. É uma grande chatice, moeu-nos os fígados, chamou o filho, que é estúpido que nem uma porta, mas lá está o beirado. Já lhes dissemos: só cortamos o beirado se eles cortarem parte da chaminé que está a invadir o nosso lado, para cá da empena da nossa casa. Amor com amor se paga…

Mas deixemos as coisas parvas…

Temos uma sorte com o Norberto! Para além de um trabalhador incansável, é uma pessoa cheia de humor. O trabalho até corre melhor, porque se cria um ambiente de riso e piadas. Hoje é que a coisa estava mal, porque está cheio de espirros e falta de ar, presumivelmente alergia, depois de ter ido apanhar nêsperas no quintal dos pais, o sr João e a d. Cândida, que moram aqui ao lado, por causa de uma erva muito abundante aqui na aldeia e que já me tinham dito fazer muita alergia. Enfim esperamos que melhore, porque o seu espírito alegre faz falta ao nosso dia.

O que não fazia mesmo falta era tanto entulho para deitar fora. Nunca pensei que refazer um telhado gerasse tanta porcaria… Pareço a “rainha do entulho”! Quando não tenho telhas e tijolos para carregar no carrinho de mão ou massa para fazer, lá ando eu a carregar baldes de entulho para o contentor, desta vez de 6 m3… Enfim, vidas… Também fui arranjando o pedacinho de terreno anexo à parede das traseiras da casa e que já há muito tempo queria tratar: com umas pedras fiz canteiros, pus tela para evitar o crescimento de erva e cascalho. Para mim, tá muito giro...

Só para acabar… A dica que o Norberto deu para comprar o material de construção foi do melhor: os fulanos são impecáveis, cumprem e ainda por cima são absolutamente divertidos. Hoje quando lá fomos saímos a rir que nem doidos. São uma simpatia, assim dá gosto gastar dinheiro…

Apesar dos dias difíceis, estas pequenas alegrias trazem ânimo. Por isso… Vamos lá ao resto gulosos!!!

Mena e Carlos

OBRIGADA, S.Pedro!

Realmente, quem não tem pacto com o S. Pedro, está lixado! É o nosso caso…

Tantos dias de sol, desde meados de Abril e assim que começamos as obras no telhado, o tempo muda…

Já não bastou o problema que tivemos com o enchimento da placa, ainda conseguimos outro: tivemos uma enorme infiltração de água devido à chuva que caiu durante a noite de quinta para sexta feira, na segunda semana de obras: dado que a placa não é estanque e não estava preparada para receber tanta chuva e granizo que caiu, não havia telha (e ainda hoje não há…) deu em cair água dentro de casa. Quando me levantei para ir trabalhar, já caia água na cozinha. No final desse dia, apesar de cobrirmos todo o telhado com um plástico que tivemos que comprar, a água que já se tinha infiltrado continuou a cair nos quartos, onde tivemos que pôr tudo o que tínhamos em casa para aparar a dita… O pior foi que a infiltração foi de tal forma grande que começou a cair água no quadro eléctrico. MEDO! Quando abri a porta do quadro, havia água em cima dos disjuntores… Desligámos a corrente, enxugámos os ditos e percebemos que a água descia por um dos tubos da canalização eléctrica que entrava por cima do quadro. Só havia uma coisa a fazer: tapar com plástico e deixar a luz desligada… Na manhã seguinte o sol foi secando tudo por fora, mas ainda hoje, passados 8 dias, os tijolos do lintel dentro de casa continuam molhados, apesar do tempo quente, das janelas abertas e dos desumidificadores a trabalhar toda a noite…

Vamos na terceira semana de obras mas o trabalho tem corrido bem: O Norberto a trabalhar é uma máquina! E divertido, bem-disposto. O Carlos é o servente e eu sou a aprendiz de servente… Não temos descanso… Antes das 8h da manhã já ele está em cima do telhado (chegou o chefe, digo eu ao Carlos); antes das duas, já lá mora e não larga o osso… Se não fosse ele, o trabalho não estaria tão adiantado e na próxima segunda feira já devemos começar a telhar.

Temos trabalhado que nem uns mouros… Tirei duas semanas de “férias” e estou numa de massa de cimento, tijolos, telhas, vigas. O que nos vale é que o Norberto montou um guincho eléctrico, que nos facilita muito o trabalho, mas que já nos fez apanhar alguns sustos, nomeadamente quando uma das vigas que transportávamos para cima caiu com enorme estrondo.

O Carlos, que anda nisto desde 4 de Maio, está cheio de mazelas, tens as canelas todas feridas de bater nas vigas do telhado e fez também um lanho na cabeça. Depois passou a usar um capacete… Eu estou também toda partida, em especial após ter enchido a balde um contentor de 4 m3 com entulho. E ainda não está tudo… Temos outro tanto para tratar…

Mas… O beirado está espectacular! Televisão é que não temos (outra vez)… A parabólica levou uma toutiçada e agora não dá nada. Temos que esperar que se tirem os andaimes para ligar à Zon…

Até lá, vemos bonecos (ou telhas…)!

Mena e Carlos

SOCORRO! CAIU UMA BOMBA!!!!

A sério… Quando cheguei do trabalho, parecia que tinha havido um bombardeamento na Ermida mas só na nossa casa: os quartos estavam cheios de entulho que caiu dos tectos e telhado (e os tectos também caíram…). E porquê? Porque começamos as obras do telhado…

Tudo começou no fim-de-semana de 4 de Maio. Eu sei que foi o fim-de-semana do Dia da Mãe, mas no nosso caso, tivemos que adiar o almoço porque passámos dois dias a retirar telhas e cimento, pois as obras começariam na segunda feira. Foi maravilhoso, porque para além de estar um calor infernal, ficámos todos partidos e parecíamos os animais enjaulados no Zoo… Ainda por cima houve missa e era ver os naturais a comentar…

Ficou por retirar a estrutura de madeira que suportava as telhas, pois já não tivemos nem forças nem tempo. Essa tarefa ficou para segunda feira , para ser feita pelo Carlos e pelo Norberto (pedreiro). Assim que tiraram as primeiras madeiras, começaram a cair os tectos dos quartos… Toca a colocar madeira a escorar os ditos, mas caiu muita pedra, cimento e terra em cima de tudo, de tal forma que se partiram coisas… Fiquei danada!

Mas há pior…

Como a nossa casa tem mais de cem anos, não tem placas e as paredes são de pedra e terra. Com estas obras, para além de refazer o telhado, fizemos também uma placa em vigas de betão, tijoleira e ferro, que teria que levar cimento armado em cima. A área não é grande, mas íamos ter um trabalho muito violento se enchêssemos a placa manualmente… Decidimo-nos por contratar uma central de betonagem para fazer o trabalho mas a coisa não correu muito bem e apanhámos um susto de morte.

Para além dos problemas que normalmente temos no acesso ao largo onde moramos porque a estrada é super estreita e tem uma curva em cotovelo o que dificulta muito as manobras, foi o que aconteceu ao despejar o cimento… A determinada altura a massa jorrou com muita força e atirou ao chão parte do lintel que o Norberto tinha feito, ou seja, caíram quase todos os tijolos ao longo dos 10m de frente da casa, a massa que já se tinha colocado antes e arrastou pedras e reboco até às janelas dos quartos. Foi um estrondo enorme e eu, que estava no largo a ver, pensei que a casa ia cair na totalidade… Fiquei toda a tremelicar e durante um espaço de tempo não me mexi do sítio. O Carlos e o Norberto que andavam em cima do telhado, lá continuaram a acabar o trabalho. Quando recuperei, aproximei-me para ver os estragos: a baixada eléctrica estava bamba, o cabo da Telecom que servia a d Domingas estava no chão e a antena da TV também no chão… Já para não falar na quantidade de entulho que se amontoou no Páteo, por cima do que já existia … Meu Deus! Que susto e que estrago…

Toca a ligar para a PT para virem reparar a avaria. Lá apareceram dois KurniKovos, por sinal simpáticos, mas que pouco percebiam do metier… No final do dia depois de muitas subidas e descidas ao poste dos telefones e idas e vindas à central, deixaram o telefone da sra mais ou menos ligado. O pior foi que nos cortaram o cabo da parabólica… Que tonhos! Não conseguiram ver a diferença entre um cabo de tv e um de telefone… Depois de muitas peripécias lá ligaram conseguiram ligar o cabo provisoriamente e quer para o telefone quer para a tv, tiveram que voltar no sábado. Via-se que estavam aflitos…

Agora, até ao fim do mês é trabalho no duro, mas tinha que ser: o telhado estava uma vergonha, as madeiras podres e por cima do nosso quarto existiam um conjunto de recipientes para aparar as goteiras… Por acaso, nunca caiu água por cima da cama, mas foi só por acaso…

Mena e Carlos