No fim de semana de 15 de
Agosto, o Minho foi o nosso objectivo, mais concretamente a visita à minha
família, pois já há dois anos que não lá íamos. Como de costume, ficámos na
casa que para mim vai ser sempre a “casa dos meus avós”, actualmente das minhas
tias e prima e que tão boas recordações me traz dos verões que lá passei e das
saudades de quem já não está. Matei saudades…
Sempre que volto, tenho
uma pena imensa que o meu pai seja o único de 8 irmãos que não tenha um espaço
próprio na Vila, que não me tenha ajudado a ficar com parte do quintal da “casa
dos meus avós” por altura das partilhas. Pena é que a distância seja tanta, mas
fazer cerca de 750 km ida e volta, vai-nos limitando as viagens; claro que se
tivesse um espaço meu, só tinha que contornar o problema da distância. Não
perco a esperança de um dia poder vir a conseguir…
Aproveitámos para dar um
saltinho a Viana do Castelo, já toda engalanada para as, tão tradicionais,
festas da Senhora d’Agonia. A cidade estava linda e ainda não tinham começado
os festejos; só foi pena não podermos ver as festas propriamente ditas, mas é uma
coisa que queremos fazer, é uma questão de tempo…
Trouxemos vinho verde
particular e carne (de porco) salgada em casa. Parece que estamos mesmo a
voltar atrás no tempo, pois os meus primos que tanto desdenhavam o trabalho no
campo (eu também…) agora têm hortas com produtos bio, criam animais para
consumo próprio, salgam a carne e fazem enchidos, como via acontecer nos meus
tempos de miúda. Já disse ao Carlos que temos que lá voltar em altura de matança
de porco (menos no dia que matam o dito…) e participar no desmanche do animal…
Claro que a visita não
ficava completa se não fossemos ver o rio Neiva e a sua levada, com a água
límpida a convidar ao mergulho. Tenho pena que a Junta de Freguesia não
aproveite o potencial que ali tem e deixe que a vegetação selvagem invada o
leito e as margens e até o caminho que antes conduzia ao rio. Dá Deus nozes a
quem não tem dentes…
Outra coisa que não
poderia faltar é o pão de ló feito pela Fátima, amarelinho e fofo, e o creme
(leite creme) da Tia Paulina.
Todos os anos no dia 15
de Agosto, ocorre a romaria á Senhora da Aparecida, numa pequena localidade
perto. Claro que viajando para Norte no mesmo dia da romaria, não pude lá ir.
Mas como o Carlos não conhecia, no Sábado passamos lá. Concluí que já há quase
30 anos não visitava o local e que o tempo passado tornou tudo mais bonito
ainda: sentia-se uma paz naquele local, fruto da altitude e da paisagem que
temos em redor… Existe duas capelas muito bem conservadas e numa delas, construída
num penedo, existe uma passagem estreita que passa por baixo da dita e que tem
um ditado antigo: quem passar lá e bater com as costas no penedo (temos que nos
curvar para conseguir passar), está cheio de pecados. Claro que foi o meu caso,
nem outra coisa seria de esperar. O Carlos e a Fátima fartaram-se de rir… Por pouco
ficava lá entalada…
Foi bom matar saudades…
Mena e Carlos