Não, ainda não falamos de
nós… Por enquanto estamos só “usados”…
Falamos mesmo de coisas
velhas, velharias, coisas em segunda mão ( ou 25ª mão…) de que somos aficionados,
eu posso mesmo dizer que sou viciada… Claro que também gostamos muito de
antiguidades, o preço é que é diferente…
Num destes sábados, fomos
a Estremoz e, como não podia deixar de ser, faz parte ir ao Mercado ver as
velharias… Tinha metido na cabeça que não ia gastar mais dinheiro nas ditas,
dado que tenho a casa cheia de tralha (e ainda tenho mais para trazer da casa
que estou a vender) que já não sei onde pôr. Mas faltava uma coisa que fazia
parte das minhas lembranças e que gostava de ter: um oratório! Desde miúda fui
habituada a ver em casa dos meus Avós no Minho o dito oratório colocado em cima
de uma cómoda, onde seria suposto que a família se juntasse para rezar o terço
em ocasiões especiais. Não é o tema de rezar que me traz recordações, gosto
mesmo é do “artefacto”… E também gosto muito de arte sacra e figuras
religiosas.
Assim, tenho procurado um
para comprar, mas o preço tem sido sempre um impedimento… No entanto, no
referido sábado encontrei finalmente uma peça que me satisfez, quer no aspecto
quer no preço: numa segunda volta à feira de velharias dou de caras com um,
bastante antigo, com o interior em madeira policromada, embora com uma intervenção
menos favorável na pintura exterior e nos vidros, dado que estes já não são
originais, mas lá trouxe o dito oratório. Não contente com isto, vieram também
duas formas em madeira, daquelas que os sapateiros usavam antigamente para
fazer sapatos.
Há um mês atrás, quando
lá tínhamos ido, tinha trazido um triciclo vermelho igualzinho ao que eu tinha
quando era miúda…
Ainda não contente, esta
semana fui a Alcobaça e fiz mais uma compra… Ao passar numa rua pedonal junto
ao mosteiro, vi uma loja de móveis e velharias e à porta um genuflexório,
aquela cadeira que se levanta o tampo e dá para ajoelhar, peça usada nas
igrejas e hoje em desuso. Perguntei o preço, e… Já mora lá em casa…
Ter ido a Alcobaça não
foi nada bom, descobri a “caverna do
alibába”: a loja tem um armazém com milhares de coisas, desde moveis a loiças,
quadros, candeeiros, peças de adegas, etc, etc, e ainda por cima a um preço
muito mais vantajoso do que nos “Emaús”… Oh meu deus! Devia ter ficado em casa…
Com
isto tudo, já percebi qual vai ser a minha ocupação se chegar à reforma:
dedico-me às velharias!
Mena e Carlos