Pois então, lá voltámos
ao Palheiro…
Largámos as paredes e
focámo-nos em construir a mezanine. Para isso, foi necessário que o Norberto
fizesse uma viga em cimento e ferro por cima da porta de entrada e, já agora,
que alinhasse as paredes laterais com a viga. Só depois disto feito se poderia
iniciar a mezanine porque os barrotes de sustentação da mesma seriam colocados
na dita viga. E assim, decidimos comprar o chão e pregos e já prevíamos um coro
de martelanço que devia acordar a aldeia inteira… Mas, ao ver na televisão um
programa de bricolage, percebemos que se tivéssemos uma pistola a ar comprimido
(temos uma eléctrica mas só dá para pequenos pregos…) tínhamos a tarefa muito
facilitada. E lá investimos alguns cobres numa daquelas máquinas ruidosas (pelo
menos evitámos o barulho dos martelos a bater!) mas que nos dão a possibilidade
de não termos um braço todo lixado ao fim de uma hora de martelanço… Benditas
máquinas!
Com cerca de 4 horas de
trabalho, conseguimos construir a mezanine e ainda refazer uma parte de parede
em pedra que estava caída, para chegar (quase) ao chão que tínhamos posto.
O Carlos está louco para
construir a escada de acesso à mezanine e pensámos: se no próximo fim-de-semana
tivermos tempo, vamos fixar os barrotes de apoio à escada e à parede…
Tudo mentira! Não fizemos
nada disto… O que escrevi acima foi em Maio, entretanto fomos de férias
(maravilhosas por acaso…) e quando voltámos, como vínhamos descansadinhos, vá
de ir para a biscatagem…
Tínhamos combinado com o
Norberto tratar do telhado nos restantes 4 dias de férias… Que má ideia! Íamos
morrendo logo no primeiro dia… Começámos às 8h da manhã e acabámos às 9,30h da
noite, completamente a morrer. Ainda por cima começou a chover, o que no nosso
caso faz parte, pois sempre que vamos para cima do telhado chove… Tirámos as
telhas, tratámos as vigas, pusemos o entabuado e… levámos com chuva; no dia
seguinte já com o Norberto em campo, foi colocar o isolamento as ripas, a
claraboia e finalmente, telhar para que a malvada chuva não entrasse…
Nos restantes dias,
nivelámos o chão, fizemos a janela e tentámos definir o sítio da futura porta
que irá ligar o palheiro à nossa casa. Aqui a coisa não correu bem…
Foi assim: espetamos um
ferro de construção na parede do palheiro, pela altura que imaginávamos ser a
correta para a ombreira da porta, o Norberto e o Carlos ficaram do lado do
palheiro e eu fui para a casa da manjedoura que faz paredes meias com o
palheiro… O Norberto começa a martelar o ferro e eu à espera. A determinada
altura pareceu-me ouvir cair umas pedrinhas, areia, sei lá, por cima da minha
cabeça, ou seja no chão do quarto. Fui ver, mas não consegui perceber nada.
Chega o Carlos e relato o que me tinha parecido ouvir. “Não! Deves ter ouvido
mal…” Volta para junto do Norberto, mais umas marteladas e… catrapus! Cai
qualquer coisa no chão do quarto… Mandei parar, subi ao quarto e lá estava um
bocado de reboco caído: mais umas marteladas e o ferro ficava espetado na
comoda encostada a esta parede…
Constatámos que o
palheiro está cerca de 80cm acima do nível da nossa casa, o que provocou uma
alteração de planos… Tivemos que deixar um espaço sem chão junto à parede, tipo
caixa, para no futuro fazermos uma escada de três degraus (pelo menos): a porta
vista do lado do palheiro vai parecer uma porta anã… Sempre que tentamos abrir
portas de comunicação, a coisa complica-se. É como nos telhados, sempre que
pensamos em mexer nos telhados, chove…
Cada um é para o que
nasce…
Entretanto, também se
colocou a janela e… Parámos. É verão, há que aproveitar o sol e a praia. No
outono/inverno voltamos…