segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Rescaldo...

Aqui estou eu para falar das aventuras saloias...
Sexta feira, fim de tarde, aí vamos nós... Fui a fazer malha no carro, enquanto havia luz do dia, pois descobri no caixote de lãs, uma camisola inacabada a que só faltam as mangas, mas não correu muito bem: fiquei enjoada... Realmente já não sou o que era! Antigamente (ou Intigamente, com dizia um chefe muito castiço que tive) até podia viajar a fazer o pino, que nunca enjoava. Agora...
Acendemos a lareira, jantámos e dediquei-me a escolher as lãs para começar a mantinha. O Carlos diz que as cores que escolhi até fazem doer os olhos, mas tenho que aproveitar o que existe. Enquanto isso, o Carlinhos foi preparando o tecto falso do roupeiro, as madeiras, os apoios.
Como andou a olhar para o balão, desculpem, para o tecto, ficou com uma dor no pescoço que, no sábado, nos obrigou a ir à farmácia... Mas isso não o impediu de andar de martelo eléctrico na mão a retirar o rodapé da cozinha, de abrir o buraco no chão do páteo para enterrar a vareta de cobre para o condutor de terra (que se revelou muito mais fácil do que pensávamos) e finalizar o tecto falso. Eu, para além de ser serviço de apoio, dediquei-me ao estuque: no roupeiro, tapei os buracos na parede e as frestas que ficaram junto ao tecto; não podemos esquecer que as paredes não estão à esquadria e a madeira não conseguiu tapar tudo. Como sou uma grande artista na utilização da espátula (já tinha experimentado com o cimento...) enfiei a dita no bolso e foi à mão mesmo... Resultado: não sei onde havia mais massa, se nas paredes se nas minhas mãos. Mas o produto final não ficou mal...
Então e o forninho do fogão de esmalte? Funciona na perfeição... No sábado à tarde preparámos o assado (carne com batatinhas novas com pele, temperadas com os alhos, cebolas e malaguetas que temos penduradas no tecto da cozinha), fiz um bolinho de maçã e canela e assei batata doce... Ficou tudo excelente, mas acho que os méritos são do fogão.





No Domingo, levei um bocado de bolo à D. Domingas, que ficou muito contente: em troca, deu-nos um pratinho com frutas...
Mas não foi só isso que nos deu: deu também um candeeiro de tecto muito antigo, num metal escuro e com pingentes de vidro, e algumas partes em vidro, muito bonito, que lhe tinham dado há muitos anos e que ela
nunca tinha usado. À conta da limpeza do candeeiro, temos os dedos todos doridos, porque estivemos a esfregar todas as partes metálicas com palha d'aço fininha (acho que já não preciso de tomar mais ferro por uns dias porque engoli grandes quantidades de limalhas), mas o resultado foi brilhante (brilhante mesmo, porque o candeeiro voltou a ter brilho). Agora é só substituir o fio eléctrico e os suportes das lâmpadas.



Ainda pendurámos (finalmente... ver fotos "antes e depois do louceiro") o móvel por cima do lava-loiça que ficou espectacular, depois de muitos suores do Carlinhos para conseguir fazer os buracos para pôr as buchas: penso que as paredes têm buracos profundos, ou que lá está dentro um anão a coleccionar lascas de madeira... De cada vez que o Carlos enfiava um taco de madeira, desaparecia... Mas finalmente, ficou! E que bem que ficou...


Viemos hoje e, desta vez, o computador não ficou lá, mas também não tinha ido... Lixou-se, ficou em Santarém!
Beijos
Mena e Carlos

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Estamos em estágio para o fim de semana...

Já temos a carrinha carregada de lenha, a cozinha do apartamento cheia de coisas para levar...
Este fim de semana queo experimentar o forno do fogão. Para isso, estou a pensar fazer um belo assado de carne e batatinhas novas e um bolo de maçã e canela. Vamos ver como corre...
Com isto tudo, deu-me vontade de voltar aos trabalhinhos manuais em lã, por isso, ontem, fui buscar uma caixa enorme de restos de lãs que tinha guardada há muito tempo, para fazer uma mantinha colorida em crochet. Agora vou ver que cores tenho, para fazer as combinações mais bonitas. Encontrei na net exemplos de mantinhas feitas manualmente que me vão servir de guia. Lembro-me sempre de uma famosa manta de quadrados em malha de liga (duas agulhas) que a minha querida tia Lurdes andava a fazer. Quando faleceu, não consegui ficar com a dita manta  (com muita pena minha e também muita "inveja") e recordo muitas vezes o que brincávamos com ela por andar sempre de agulhas e lãs atrás...
Estes são alguns dos exemplos que encontrei, agora é só começar...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Três Estrelas na minha vida

As Estrelas da minha vida
Já aqui falei de pessoas, pessoas que me conhecem desde miúda, pessoas com quem trabalho todos os dias, pessoas que conheci à pouco tempo, mas não me referi às Estrelas da minha vida: tenho Três Estrelas a brilhar no firmamento do meu mundo, os meus filhos, a Mó, o Icks e a Gê... São muito importantes no meu equilíbrio pessoal, no apoio que tenho que sentir, na sua presença no meu dia-a-dia. Uns mais presentes que outros, uns mais apoiantes que outros, mas, acima de tudo, fazendo parte da minha existência...
O que gostaria de deixar publicamente é que independentemente dos acontecimentos da vida, Filhos/Estrelas, só tenho estes e façam o que façam, serão sempre os meus meninos...

Também não posso esquecer os "Apêndices"... Que raio serão os "Apêndices"??? São três filhos emprestados, os namorados/a das minhas Estrelas: o Hélio, a Raquel e o Miguel. Acho que sou uma pessoa de sorte, pois encontrei nestes três miúdos três pessoas excepcionais e que merecem todo o meu carinho e amor.
A todos muito obrigada por fazerem parte da minha vida

Pessoas

A primeira coisa que digo no meu blog é que ele serve não só para descrever o que vamos fazendo para tornar a nossa casa centenária ainda mais bonita, mas também para os meus desabafos de alma...
Assim sendo, não posso deixar de falar no Sr Manuel e na D. Olinda, anteriores proprietários da casa, e da agência serviu de intermediária na venda, representada pelo Sr Diamantino e pela D. Mariana.
Realmente, é um privilégio encontrar pessoas tão boas, tão prestativas...
O Sr Manuel e a D. Olinda foram uns queridos desde a primeira hora, sempre disponíveis, sempre preocupados (ainda hoje) e encontrei neles os pais que já não tenho. Na compra, confiaram inteiramente em mim, não exigiram qualquer sinal e até me facilitaram a chave antes mesmo de termos feito a escritura. Do quintal deles, temos sido presenteados com hortaliça e fruta e são o nosso "Helpdesk" para a logística das obras: eles fornecem as ferramentas que têm para nos servirmos, eles encaminham-nos para os locais de venda dos materiais, etc.
Foi um gosto muito grande ver o brilho dos olhos do Sr Manuel e da D. Olinda quando viram as alterações que já fizemos no nosso cantinho. Perceberam que seriamos pessoas para estimar o que existia. A D. Olinda é muito faladora e o sr Manuel até me disse "se lhe dá corda, ela nunca mais se cala...", mas eu também gosto de falar...
Quanto à agência, cujo logótipo é um "pão de forma" (pois, esse mesmo que estás a pensar, uma carrinha Wolkswagen antiga)  foram absolutamente incansáveis e simpáticos. Vim a saber, no dia da escritura, que o sr Diamantino tinha comprado a agência e que a nossa casa tinha a primeira e única casa que ele, enquanto comercial da dita agência, tinha vendido... Acho que a "Casa da Ermida" lhe deu sorte...  À D. Mariana, quero prestar o meu agradecimento pela forma simpática, empenhada e diligente como me tratou, bem como resolveu toda a burocracia envolvida neste processo. Foi também por eles, que no espaço de cerca de um mês, foi feita a escritura.
Não posso também esquecer o meu gestor de conta, o Filipe, um "miúdo" de 30 anos, colega da Mónica no liceu, que foi uma ajuda grande na resolução dos pormenores no banco.
Claro que neste tempo que já decorreu, outras pessoas nos têm ajudado também... Desde dicas dos meus colegas de trabalho até ao empréstimo de ferramentas, todos têm sido preciosos: a Maria do Carmo e o marido, o Zé Vicente, nas madeiras, o Casimiro com as suas dicas de electricidade e pedreiro (e o empréstimo da mais preciosa máquina de partir, o martelo eléctrico), o Duarte, também pelas dicas de electricidade e pelo material eléctrico que conseguiu a um preço muito vantajoso, o Jorge, o Fernando e a Maria do Castelo pelo apoio e sugestões.
Também o Filipe, o construtor do prédio onde moramos, nos ajudou com a "pasta" de canalizador que nos emprestou e com o ladrilhador que nos cortou os azulejos...
Então e o pessoal que contribuiu com loiças e tachos e panelas e roupa de casa??? Aqui falo das minhas primas, a Belinha e a Paula, que me rechearam a casa com as utilidades que atrás referi. Elas sabem que são pessoas muito importantes na minha vida.
A todos, MUITO OBRIGADA!
Beijos

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Ofertas das vizinhas

Temos sido surpreendidos pelas nossas vizinhas com ofertas várias, desde couves, batatas, nabiças e fruta.
Tanto são entregues em mão, como deixadas na porta, mas a oferta mais surpreendente foi numa manhã de  Sábado com chuva, em que estava dentro de casa e ouço o Carlos gritar: "vai à porta ver!"
Nem queria acreditar... Em cima do muro do páteo da frente estavam alinhados diospiros que a D. Vitória, outra das nossas vizinhas, tinha deixado sem dizer nada (sabemos que foi ela porque já antes me tinha dado um diospiro para provar).
Imagem linda...


Chuva

Com a chuva que hoje cai, só me lembro da lareira da Casa da Ermida: que bom seria estar ao quentinho da lareira com o Carlinhos a comer castanhas e beber uns copinhos de abafado feito pelo Zé Vicente e depois um cafézinho feito ao lume na "chicolateira" (era assim que diziam na casa dos meus avós) de barro ...


 

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mais um fim de semana...

Esta semana trazemos uma novidade: o lugar da Ermida tem mais dois, neste caso, duas, moradoras... Nasceram durante a passada semana duas borreguinhas lindas no curral das traseiras da nossa casa. Tirámos fotos que vamos mostrar, porque são uma ternura.


No fim de semana antes, já tinha sido surpreendida por um coelho enorme a descer o caminho que leva ao nosso quintal. Chamei a Inês e o Carlos para testemunharem o que via. Que lindo coelho! Dava saltos enormes e mostrava a cauda branquinha. A Inês depois de muito trabalho lá conseguiu fazer umas fotos, inclusive com o coelho no meio dos patos, galinhas e galos.








Por falar em galos, olhei para o "galo do tempo" que a Inês e o Miguel compraram na "Aldeia do Zé Franco" para me oferecer e a cor não era muito animadora... O rosa significa chuva e foi o que tivemos.


Mas isso não nos desmotivou: trabalhámos imenso nas carpintarias, semeámos favas, ervilhas e coentros (salsa e hortelã já tínhamos), fomos tomar cafézinho junto ao mar e apanhar pinhas no pinhal da praia. Estávamos no "intervalo da chuva", por isso havia sol, mas também vento: deu muito jeito a camisolinha de lã que herdei do Miguel...



O pior foi chegar a casa... Como sabemos, a rua que nos leva até à Ermida é bastante estreita, cruzar dois carros é impossível. Agora imaginem apanhar a saída da missa com festarola à mistura... Foi o caos!
A D. Domingas, a nossa vizinha do lado, esteve a ensinar-nos a semear as favas, as ervilhas e os coentros. Dizia: "veja lá como faço que é para aprender.." É uma querida, trazia na mão um saquinho de pano onde tinha mais uns quantos saquinhos, também de pano, onde guardava as várias sementes. Levou sacholinha e tudo, não fosse dar-se o caso de nós não termos nenhuma "parker". Tirei-lhe uma foto, mas tenho de a apanhar melhor, com o lenço posto e o avental.




O fim de semana acabou em... POEIRA! As nossas fardetas de trabalho deixaram de ter a cor com que foram criadas e passaram a brancas: o pó das lixagens era tanto, que parecíamos ter saído de um moinho de farinha. Os dois a lixar todo o dia, cada um com a sua lixadora, quase ao despique, deixou-nos também quase surdos, mas o resultado foi excelente: descobrimos que o aparador que herdámos da D. Jesuina (a moradora original da casa) é de mogno. O Carlos fez uma barra trabalhada em madeira que vamos pôr por baixo dele para esconder uma lâmpada que vai iluminar a zona do lava loiça, onde será pendurado. Vai ficar lindo depois de pronto!




O Carlos é o homem dos sete ofícios... Para além da arte do cimento, da arte do cano, da arte do fio eléctrico, agora demonstrou a arte da madeira: já fez as gavetinhas para a "gaiola" que criou para a zona do lava loiça, fez as portinhas para o armário por baixo do dito cujo e consertou as gavetas da mesa que era da minha mãe, que eu decapei e que ficou na cor da madeira, madeira de casquinha cheia de veios, lindíssima.
Encerei-a, mas não estou muito convencida com o resultado. Vou pedir opinião ao Zé Vicente, marido da minha colega Maria do Carmo e artista na criação e restauro de móveis, para ver o que posso fazer para melhorar o resultado final.





Experimentámos acender o forno do nosso fogão cinquentenário: para a semana vou fazer um assado no forno com as belas batatinhas novas, pequeninas, que comprei. Estou expectante para ver o resultado.
Ah! E só viemos hoje de manhã, por isso levantámo-nos com as galinhas (literalmente!). Eram seis da manhã quando tocou a levantar. Saímos cedo para fugir ao transito e quando já vínhamos em Alverca lembrei-me que o portátil não tinha vindo connosco: deve ter gostado tanto que quis ficar mais uns dias... Malvado!
Prometemos que não esquecemos as fotos, ainda não tivemos tempo para elas.
Beijos
Mena e Carlos

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A nossa casa saloia... O início!

Tudo começou por estarmos cansados de viver entre as quatro paredes de um apartamento... Já estávamos fartos de sofá, televisão e computador. Apetecia-nos voltar a ter um sítio onde pudéssemos mexer na terra, apanhar sol, luz e ar livre.
Começámos a pesquisa pelo Alentejo, terra natal do Carlos, mas como o meu sonho de sempre foi ter uma casa perto do mar e como ambos gostamos de olhar, cheirar, sentir o mar, redefinimos a nossa pesquisa: nos concelhos mais perto do mar, neste caso em Mafra, encontrámos a bela casinha saloia que acabámos por comprar. Foi a única casa que vimos e ficámos logo encantados... Tinha o ar rústico de uma casa com cem anos, estava habitável  e ainda por cima mobilada com quase tudo o que tinha servido às pessoas que durante estes anos lá viveram: camas de ferro, cómodas antigas, arcas, louceiros, mesas, cadeiras e até roupa de casa como antigamente.
Cada armário ou gaveta que se abria, era uma descoberta...
Com muito empenho iniciámos a recuperação. Estabelecemos um plano com as prioridades e um calendário para as executar. A primeira coisa a tratar era a cozinha, porque tinha um lava loiça horrível de inox, nada condicente com a idade e a tipicidade da casa; comprámos um lava loiça de pedra antigo e esse foi o nosso ponto de partida para a remodelação. Ainda continuamos a tratar da cozinha, pois as coisas nem sempre correm como gostaríamos, mas já falta pouco para finalizar.
Cada fim de semana é um desafio: vamos fazer isto, aquilo e o outro e nem sempre conseguimos, ou porque corre mal (aparece algo com o qual não contávamos e que temos de substituir) ou porque o tempo corre tão depressa que não conseguimos terminar todas as tarefas a que nos propusemos...
E não podemos esquecer o nosso cafézinho na praia de S Julião, a olhar o mar imenso, esteja sol ou não...
Tomámos banho de "alguidar", pois não havia esquentador e foi uma guerra para conseguir água quente, comprámos um fogão com mais de 50 anos (Odacla) em esmalte e tem sido uma boa surpresa: trabalha muito bem... Agora só falta o frigorifico...
Temos corrido as feiras de velharias, os Emaus, a Remar, a Associação Reto, à procura de coisas para tornar a nossa casa ainda mais bonita.
Quando chegamos a 6ª feira já temos tudo preparado (e o carro carregado até ao tecto) para ir até ao nosso cantinho saloio.
É o que vamos fazer daqui a pouco...