sexta-feira, 14 de junho de 2013

A Ermida em festa

É verdade, tivemos festa na Ermida. Aliás, em toda a aldeia, mas a Ermida foi o centro das atenções devido à localização da igreja, uma vez que é uma festa religiosa.
Tudo porque a imagem peregrina da sra de Fátima percorreu as freguesias do concelho, o que só acontece de 15 em 15 anos,  e ontem foi a nossa vez. Nunca tínhamos visto tanto empenho naquelas pessoas…















Já havíamos sentido que existia bastante movimentação na aldeia, porque as pinturas das casas, os arranjos exteriores, não paravam. Depois disso, foi o engalanar das casas com motivos devotos e muita planta/verdura à mistura: muitas flores azuis e brancas de papel (algumas feitas com plástico tb, sim porque as flores foram feitas pelos residentes durante meses…), muitos altares com a imagem da santa, muitos cartazes e muitas luzes. Recriaram momentos da história da aparição da Sra aos pastorinhos, um com uma particularidade especial, porque era ao vivo: num recanto do largo da Ermida criaram um curral com ovelhas onde instalaram um ramo de azinheira e 4 miúdos fizeram de pastorinhos e santa.





Houve concorrência e despique entre os moradores da aldeia para ver quem tinha a casa mais bonita. Alguns enfeites eram mesmo “kitsch”… O da minha casa também , porque tenho os andaimes montados mas como é no largo da igreja, parecia mal não pôr nada… Deram-nos flores, verdura e lá andámos nós a tentar disfarçar os andaimes. Até o pt da edp teve direito a altar e enfeites…



Outra tradição desta festa é a iluminação. Nesta noite, a iluminação pública é desligada e a aldeia é iluminada por milhares de velas. Espectacular! Só foi pena o vento que esteve porque em determinadas alturas e em várias ruas fazia o favor de apagar as ditas. E lá ia o pessoal acender… O Carlos envolveu-se na tarefa e acendeu montes delas. Eu e a Inês (que tinha ido connosco) tratámos das da nossa casa. Houve até um momento hilariante quando ela descobriu que no vão da janelinha da wc existia um altar dedicado à… “Fricarnes– salsichas” … Tudo porque eu tinha posto no vão da janela alguns dos recipientes que estavam no telhado a aparar as goteiras, para mais tarde fotografar e acendi uma vela no vão sem tirar o que lá estava… Risota total! Mas tirei aquilo dali, não fosse alguém ficar ofendido…










Claro que não podia faltar a procissão das velas, que começou às 10h da noite e acabou depois da 1h da manhã, sempre com o padre a falar (não se calou um minuto…) e a rezar, com a voz propagada através de um sistema de som. Já não se podia ouvi-lo…




Foi uma noite muito diferente e nunca pensámos ver tanta união entre aquelas pessoas. Gostámos muito. Agora só daqui a… 15 anos!



Mena e Carlos

Sem comentários:

Enviar um comentário